sexta-feira, novembro 25, 2005

Temos de Apertar o Cinto... mas que não seja o meu....

Hoje ouvi o nosso primeiro Sócrates a responder a suas excelentíssimas eminências todas poderosas, os magistrados, mais em concreto ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça que fez duras criticas ao Governo pela sua actuação face ao sector da justiça. . Quanto a isso tenho a dizer:

-Temos de exigir uma reforma da justiça. Mas atenção, desde que nessa reforma se inclua mais um mês de férias, porque os dois que temos são muito stressantes. Viagens e mais viagens... temos de ter algum tempo para descansar, porque só assim podemos despachar as pilhas de papeis que se amontoam lá nos gabinetes, e quando voltamos, estamos cheios de pica. Ah! Um aumento substancial de ordenado (nada menos que 8 ou 9%) para fazer face ao enorme aumento do custo de vida... é que fartamo-nos de fazer contas para que o ordenado chegue ao fim do mês, e ainda dê para um pacotezito de acções (as quais também estão caríssimas). E já agora mais uns emolumentos lá nos serviços, porque não se pode trabalhar de graça, não é?”

E este recado também serve a muitos outros, como os professores, os funcionários públicos, os médicos, os enfermeiros... TODOS.

Então alguém me sabe dizer como é que se pode reduzir a despesa pública (que é enorme) se não for com quem aufere directamente do Estado?

O aumento dos impostos só dá é mais receita. E os gastos? Vamos tirar aos pensionistas? Sim se for àqueles que acumulam pensões em cima de pensões, para além de investimentos de longa data, os quais certamente não precisam dessas mesmas pensões para viver. Mas esses, é claro que rabeiam logo! Porque os outros, a enorme maioria silenciosa, não têm poder para tal. Daí que quando se toca em tais lobies, como a justiça, os professores, os funcionários públicos... enfim, todos eles, claro que rabeiam. E muito.

Lembro-me pois de um artigo de Eduardo Prado Coelho no “Público” em que diz:

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

E dou-lhe toda a razão. Por muito que me custe, tem toda a razão. E que haja o primeiro que ao ler o texto, não se reveja em meia dúzia de situações...

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